MAIS UMA ARTIGO DO MESTRE ONOFRE!!!
Onofre Ribeiro
No correr desta semana tive a oportunidade de realizar um velho desejo: conhecer a reserva “Salto Morato” de conservação ambiental da Fundação Boticário, em Quaraqueçaba, no Paraná, vizinha a Paranaguá.
Durante a Feira do Empreendedor, realizada em Cuiabá há dois meses, assisti a um vídeo sobre o projeto e agendei uma visita e entrevista para a revista RDM, com o presidente o presidente da Fundação, Miguel Milano.
Trago o assunto para este artigo exatamente pela importância que o assunto tomou no mundo moderno. O Paraná foi um estado exuberante como Mato Grosso entre os anos 1940 e 1970. Mas a construção da sua riqueza engoliu toda essa exuberância. Hoje trata o assunto ambiental como um produto de marketing e de conscientização social.
Mas ficou bem claro na minha percepção que o meio ambiente é um novo negócio no Brasil. Há dinheiro e possibilidades infinitas. Só tem uma coisa: quebra todos os paradigmas da economia de produção atual.
A reserva de Salto Morato tem 2.300 hectares. Está dentro da área da mata atlântica, espremida entre o mar e as serras atlânticas. A parte baixa foi pastagem de búfalos durante muitos anos. E outra foi lavoura de café. As duas são degradantes do meio ambiente. O café é uma cultura exigente e requer a derrubada de todas as árvores na área plantada. Já o búfalo degrada pelo pisoteio e compacta o solo.
A área foi adquirida pela Fundação e entrou em regime de preservação. Nada se plantou. Retirou-se apenas o capim da pastagem e deixou a natureza agir sozinha. Havia um banco de sementes misturado na terra, que reagiu. Desde 1996, a reserva está completamente povoada por uma flora inicial que os técnicos acreditam será gradualmente substituída pela ordem natural das espécies. É preciso ver a regeneração dos palmitos juçara, aqueles bem compridos e explorados até a exaustão. A mata já cresceu e fechou. A fauna está em plena recuperação.
O volume de pessoas, de estudantes, de técnicos, de estudiosos e de cientistas que visitam e fazem estágio é impressionante. Porém, além disso, e da sua importância, a reserva mostra que é possível regenerar o que se degenerou para a produção econômica.
A Fundação faz da reserva um importante instrumento de comunicação ambiental e de conscientização sobre a preservação ambiental. No centro de Curitiba, numa antiga estação ferroviária de 1953, hoje desativada, montou-se a “Estação Ambiental”, onde 70 mil estudantes já visitaram o projeto profundamente inovador, tanto ambiental como tecnologicamente, para estimular à consciência ambiental.
Voltei de lá muito impressionado. Na próxima edição da revista RDM, que circulará no domingo que vem, haverá a entrevista com o presidente da Fundação O Boticário, Francisco Milano, numa visão abrangente da responsabilidade social e ambiental no país e no mundo, com abordagens sobre Mato Grosso.
Porém, encerro este artigo deixando no ar a certeza de que um mundo novo de negócios ligados à natureza e ao meio ambiente será a nova onda da economia.
Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e da revista RDM
onofreribeiro@terra.com.br
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