E
agora... Quem poderá nos curar?!
Por
Santiago Roa – Jornalista, Radialista, Músico e Professor
Universitário
A
celeuma formada pela vinda de médicos estrangeiros tem apresentado
uma mudança no discurso apregoado sobre qual país é exemplo no
trato com o seu povo, na hora que a doença pega e aperta. O Brasil e
seu famigerado e abençoado Sistema Único de Saúde, por ser de
proporções continentais tem exemplos e coisas vergonhosas que nos
acontecem diversos Postos de Atendimentos e consultórios.
Cuba
se revela como uma fraude na medicina segundo a edição da
revista Veja, onde Obama é a capa, com manipulações de números de mortes de crianças,
punições a médicos, prisão para soropositivos e um famigerado
escorpião azul, que é falso milagreiro.
Na
mesma revista um anúncio chancelado com o nome do famoso Einstein
mostra um alerta interessante sobre a busca pela atualização da
classe de branco. Isso vale para qualquer área profissional. Falo
pela minha, o Jornalismo. Na cátedra, enquanto eu media Paicas e
Cíceros pra saber quantas letras caberiam num determinado espaço de
uma página, após digitar vorazmente nas raras máquinas de
datilografia, foram substituídas pelo arrastar de um mouse, digitar
macio em um computador e salvar.
A
ferramenta mudou, mas o objetivo principal não, pois o produto final
é o mesmo. E na medicina? O salvar seria o que? Os medicamentos
evoluíram, os procedimentos também e novamente pergunto: (odeio
escrever artigos cheios de interrogação, mas neste caso está sendo
necessário) Os médicos formados nos anos 80, 90 e até no início
de 2000 estão atualizados? Pergunta péssima num cenário que faltam
profissionais, em vários lugares eles dando “migué” matando
serviço e matando gente, por não ir ao trabalho e condenar vidas
que poderiam ser salvas... Como o texto que escrevo agora.
Assistimos
de camarote o corporativismo da máfia de branco e o pior... Depender
de uma mão de obra misteriosa e discutível perante as avaliações
dos diversos cursos de medicina da América do Sul.
E
agora? (putz... outra interrogação) Quem poderá nos curar?
Um comentário:
Sim, médicos onde antes não havia é melhor do que nada.
Passa longe de resolver o real problema, contudo.
A minha esperança era que depois dos protestos que ocorreram há pouco mais de dois meses, a indignação da nação quanto à má qualidade da saúde exercesse pressão para uma mudança na política de saúde no Brasil.
Talvez criar um plano de cargos e salários a semelhança do que já existe na área da justiça para ajudar a fixar o médico no interior, além de reformar e aparelhar suas unidades de saúde, afinal a ausência disso tudo era o real motivo que mantinha os médicos longe de tais lugares.
Como a “opinião pública” acabou responsabilizando a classe médica pela situação da saúde e o povo aceitou a “falta de verba” para área como uma fatalidade, acabaram contentando-se com o pelo menos, sim, reitero, o pelo menos é melhor que o nada.
Essa oportunidade que acabamos de perder, a de uma melhora real da saúde pública, talvez, e apenas talvez, ressurja depois que perceberem a real utilidade de médicos em lugares sem infraestrutura, ainda mais médicos que não terão liberdade para criticar as condições de trabalho que encontrarão.
Afinal quantos terão coragem de criticar o empregador depois de terem ganhado o emprego no “tapetão” ao invés de conquista-lo, “dentro das regras”?
O tempo que vai levar pra “cair a ficha” só Deus sabe.
Vamos esperar, talvez mais uns 10, 12 ou 20 anos...
Postar um comentário